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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Capital perde o dobro de árvores em um ano

O número de árvores derrubadas - cortadas pela raiz - em Salvador mais que dobrou em menos de um ano. Até outubro de 2014, exatas 1.693 espécies foram retiradas das ruas da capital baiana, enquanto que, durante todo o ano de 2013, foram ceifadas 805 árvores.
Os dados são da Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop). O órgão informa que o aumento se deve ao trabalho das novas empresas terceirizadas para realização de obras na cidade.
O diretor da Sucop, Luciano Sandes, explica que a erradicação dos vegetais é feita após análise de campo desenvolvida por seis engenheiros agrônomos.
Segundo ele, as árvores são cortadas quando quebram passeios públicos; levantam muros ou propriedades privadas; apresentam insegurança à população ao escurecer ruas e avenidas; possuem parasitas que as levam à morte; e correm o risco de cair. "Às vezes, as raízes quebram as tubulações de esgoto e drenagem, causando transtorno ao município", disse.
Luciano estima que cerca de 60% dos vegetais de Salvador estão infectados com o parasita erva-de-passarinho, cientificamente chamado de Struthanthus flexicaulis. "As árvores passaram muito tempo sem ser podadas e essa praga avançou demais em muitas delas, que não conseguem se recuperar".
Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Maria Aparecida de Oliveira garante que o parasita pode ser contido e as árvores podem ser recuperadas, na maioria dos casos.
Manutenção
Para Maria Aparecida, o "grande segredo" para preservar as árvores da cidade é a manutenção. "É claro que existem casos gritantes, em que os vegetais precisam ser erradicados, mas, na maioria, o melhor a se fazer é dar manutenção. Cortar é muito mais fácil, mas nem sempre é o melhor a se fazer".
A professora explica que a vegetação melhora a qualidade do ar e equilibra a temperatura da cidade. "Mas também não podemos deixar de cortar as árvores doentes, com risco de cair. É preciso analisar o melhor a ser feito, que também pode ser uma poda severa".
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, por meio da assessoria de comunicação, que não é contra o corte de árvores em centros urbanos.
De acordo com o Ibama, quem determina essa ação é a prefeitura de cada cidade. Assim, se a espécie for prejudicial à população ou à estrutura do município, deverá ser erradicada.
Presidente da Associação de Moradores da Barra, Regina Martinelli assegura que os residentes do bairro estão incomodados com a perda de árvores, em virtude da reforma do local. "Entre as doentes e as que atrapalhariam a obra, 24 árvores foram retiradas e não foram replantadas. Temos que aprender a adequar os passeios às árvores".

Judiciário diz que corte em orçamento inviabilizará voto eletrônico em 2016

Uma portaria publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (30) e assinada pelos presidentes dos tribunais superiores informa que o corte no orçamento do Judiciário vai inviabilizar as eleições de 2016 por meio eletrônico.
Ao todo, o contingenciamento impedirá a utilização de R$ 1,7 bilhão do orçamento do Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Justiça Federal, Justiça Militar da União, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho, Justiça do Distrito Federal e Territórios e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A portaria é assinada por Ricardo Lewandowski, presidente do STF e do CNJ; Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Laurita Vaz, vice-presidente do STJ e presidente em exercício do conselho da Justiça Federal; Antonio Levenhagen, presidente do TST; William Barros, presidente do Superior Tribunal Militar; e Getúlio Oliveira, presidente do TJDFT.
A portaria desta segunda não explica os motivos que inviabilizarão o uso das urnas eletrônicas no ano que vem. Uma nota deve ser divulgada ainda nesta segunda pelo TSE para explicar a publicação.
"O contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico", diz o texto publicado.
Veja abaixo quanto cada tribunal ficará impedido de utilizar no orçamento com o contingenciamento:
-Supremo Tribunal Federal: R$ 53.220.494,00
- Superior Tribunal de Justiça: R$ 73.286.271,00
- Justiça Federal: R$ 555.064.139,00
- Justiça Militar da União: R$ 14.873.546,00
- Justiça Eleitoral: R$ 428.739.416,00
- Justiça do Trabalho: R$ 423.393.109,00
- Justiça do DF e Territórios: R$ 63.020.117,00
- Conselho Nacional de Justiça: R$ 131.165.703,00

Mariana Oliveira
Da TV Globo, em Brasília

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

EU ACREDITO ...

"Eu acredito", por Nizan Guanaes


Eu acredito em Papai Noel. Mesmo depois de, aos seis anos, um coleguinha estraga-prazeres ter me contado a mentira de que ele não existe, eu continuei acreditando.

Os empreendedores todos acreditam em Papai Noel. São crianças grandes, que acreditam em coisas mágicas e impossíveis.

Afinal, os homens sensatos se adaptam ao mundo. Os homens insensatos tentam adaptar o mundo a eles. Isso significa que todo o progresso da ciência se deve aos homens insensatos –os empreendedores.

Os caras que acreditam em Papai Noel são os que mudam o mundo, constroem empresas, fazem a humanidade avançar. Marcel Herrmann Telles, da Brahma, acreditou em Papai Noel, acreditou muito. Ele sempre dizia, brincando, que um dia ia comprar a Budweiser. As pessoas normais não acreditavam nisso. Mas Marcel acreditou em Papai Noel, e o bom velhinho ouviu seus pedidos.

Eu acredito em Papai Noel. E quem acredita em Papai Noel acredita em coisas que não existem. Por isso mesmo, eles fazem existir coisas que até então não existiam.
Walt Disney acreditava em Papai Noel. Ele acreditou num rato. Você acha que um ser humano normal vai acreditar num rato? Vai fazer um império baseado em uma coisa nojenta? Isso não passa em pré-teste. Pois Disney, grande acreditador do bom velhinho, acreditou no rato e fez coisas inacreditáveis a partir do Mickey.

Eu acredito em Papai Noel. Acreditei a vida inteira.

Nasci no Pelourinho, numa casa de cimento batido e sem água encanada. A gente aquecia a água no fogão, botava num latão e usava uma cuia para se banhar. A chance de eu estar onde estou hoje era uma em mil, no mínimo. E quem me trouxe até aqui foi a crença em Papai Noel e em coisas mágicas, que só a fé vê.

Acredito em Papai Noel. Pedi coisas a ele a vida inteira. Pedi sucesso em São Paulo como publicitário, e não é que o Washington Olivetto me levou para a DPZ?

Pura magia.

Empurrado por sonhos, fui crescendo e fazendo coisas que só os sonhadores fazem. Porque os sonhos me levaram a ter meu próprio negócio, a conquistar prêmios, contas –a conquistar o mundo. E a fazer coisas que só se pode fazer sonhando.

Guga e eu abrimos nossa agência, a DM9, em setembro de 1989 com investimento do Banco Icatu. Em março de 1990, o Plano Collor levou todo o nosso dinheiro. Sobrou o quê? O sonho. E foi o sonho que nos trouxe até aqui.

O sonho levou o menino pobre do Pelourinho a lugares que ele jamais poderia sonhar. Papai Noel tem vários nomes. Sonho grande, fé, esperança, imaginação, superação, poder da mente.

Para mim, Papai Noel não mora no polo Norte. Mora naquele lugar da mente e da alma onde as coisas comuns, os lugares-comuns e os homens comuns não chegam.

Papai Noel mora na alma de Steve Jobs, de Mark Zuckerberg, nos olhos do cara que criou o Netflix. Gênios empreendedores, eternas crianças. Que homem sério batizaria a sua empresa de "maçã"? Só um acreditador de Papai Noel.

É verdade que, com o tempo, minha cartinha a Papai Noel foi ficando mais ambiciosa. Antes eu pedia coisas, depois fui pedindo coisas complicadas, como ter um sonho de criança, ter paz de espírito. Agora estou pedindo netos.

Claro que, para ser atendido, você tem de ser um bom menino, fazer coisas boas, sonhar coisas belas e mágicas. Os empreendedores são aqueles que acreditam em Papai Noel e por isso ganham mais do que presentes. Eles fazem o futuro.

Feliz Natal empreendedores. Feliz Natal acreditadores em Papai Noel.