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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Automóvel: use com moderação

O automóvel é um dos principais símbolos de nossa sociedade hiper consumista. Ele representa a liberdade, e transforma a própria noção do direito de ir e vir. Ter um veículo próprio é importante na definição de nossa posição social. Muitas empresas possuem verbas para que seus mais importantes executivos possuam veículos compatíveis com sua imagem institucional. Além disto a indústria automobilística é um dos pilares da economia mundial.
A popularização do carro alterou por completo o desenho das cidades. Ao invés de cidades populacionalmente densas, que ocupavam uma menor parcela do território, vimos surgir as cidades espraiadas, com uma periferia quase sem limites. O automóvel tornou viável percorrer distâncias até então inimagináveis, entre a casa, o trabalho, o lazer. As qualidades de uma vida semiurbana, onde se poderia aproveitar o que de melhor havia nas cidades, sem se afastar da qualidade ambiental da vida campestre, tornou-se uma realidade tangível para milhões. Dentro deste padrão urbanístico, o automóvel é indispensável, pois praticamente todas as atividades são mediadas por ele. Ao mesmo tempo, vastas áreas das cidades foram ocupadas por novas e amplas vias, capazes de dar vazão ao cada vez maior volume de veículos. Muitas calçadas foram estreitadas para liberar mais espaço para os carros. Este processo acabou por legitimar, políticas urbanas que privilegiavam o automóvel. A cidade de São Paulo é uma exemplo disto: os últimos cinco prefeitos, eleitos diretamente pelos paulistanos, podem apresentar entre suas mais destacadas ações, obras que ampliavam o sistema viário. Av. Roberto Marinho, Túneis da Faria Lima, Ponte Estaida e por fim a ampliação da Marginal Tietê se inserem neste contexto.
Contudo vemos gradativamente este quadro mudar. Já existe um quase consenso de que se deve diminuir a utilização do automóvel por conta da saturação do modelo urbano acima descrito. As cidades não conseguem mais criar espaços suficientes para atender a demanda por novas vias. Os congestionamentos aumentam, a poluição gerada pelos carros aumenta. Outro ponto crítico é a crise energética atual. Os automóveis são grandes consumidores de energia, quase que exclusivamente abastecidos por petróleo, cuja exploração pode, segundo muitos especialistas, entrar em declínio nas próximas décadas. Todos estes fatores permitiram o surgimentos das primeiras vozes contrárias ao uso indiscriminado dos automóveis. Porém há um aspecto que convém ser destacado.
Recentemente, uma série de fatos mudou a maneira como olhamos para o sonho de consumo de tantas pessoas. Pesquisadores da Universidade do Sudeste da Califórnia relacionaram a poluição emitida pelos automóveis a danos cerebrais semelhantes à doença de Alzheimer. Em São Paulo, onde cerca de 90% da poluição do ar é gerada por veículos, o Laboratório de Poluição da USP constatou que respirar o ar da cidade equivale a fumar dois cigarros por dia, o que acarreta uma perda da capacidade pulmonar. Diante desses fatos é preciso entender que o automóvel, não é apenas uma questão de transporte, de infraestrutura urbana, ou mesmo signo social de status. O uso abusivo do automóvel é um problema de saúde pública, que sobrecarrega o sistema de saúde e que piora, dramaticamente, a qualidade de vida das pessoas. De forma polêmica a União Europeia iniciou um debate sobre estratégias que eliminem os veículos movidos por combustível fóssil de todas as cidades até 2050. Parece uma solução de extremo radicalismo, mas que se transforma em saída lógica, para um problema de grande escala. O automóvel me faz lembrar de um outro produto importante para economia global: o tabaco. Penso que nossa sociedade deveria se relacionar com os carros da mesma maneira que se relaciona com o cigarro. O Ministério da Saúde adverte: andar de carro é prejudicial à saúde. Este poderia ser um slogan capaz de esclarecer a grande maioria das pessoas que diariamente ligam seus carros, sem saber que este ato irá prejudicar o seu cérebro ou seu pulmão. As evidências científicas não podem ser negligenciadas. Precisamos criar uma nova cultura que veja o carro como um bem que deve ser utilizado de forma comedida. Temos o desafio de reformar nossas cidades de modo a criar alternativas de transporte público confortáveis, e bairros com uma mistura de usos que diminuam o tamanho de nossos trajetos diários. Se criássemos um ambiente urbano que favorecesse o caminhar, a bicicleta, o bonde, o trem, diminuiríamos nossa dependência do automóvel, e teríamos um aumento de nossas atividades físicas diárias. Surpreendentemente veríamos uma diminuição não somente nas filas dos semáforos, mas também nas dos hospitais.
   
   Marcos O. Costa
(Arquiteto e urbanista)
Retirado do Blog do Osvaldo Campos

Trabalho voluntário via internet

A algum tempo, para desenvolver um trabalho voluntário era necessário, além de vontade, tempo e mobilidade. A internet – essa companheira fiel da geração contemporânea – fez surgir a possibilidade do voluntariado online e hoje a vontade de ajudar somada a um pouquinho de tempo bastam para fazer parte da tarefa de melhorar o mundo.
As ferramentas são os portais e sites de voluntariado. Pela página web, você preenche um cadastro e passa a receber as possibilidades de trabalho, que podem estar na sua cidade ou em locais distantes da sua casa.
O Instituto Voluntários em Ação, de Santa Catarina, por exemplo, tem um dos maiores portais do Brasil e recebe voluntários de 12 estados do país.
Desde o início do instituto, em 1998, o grupo teve 108 instituições cadastradas e 15.310 candidatos ao trabalho.
As opções de serviço variam. Divulgação de projetos por e-mail e redes sociais, tradutor de línguas, gerenciamento, organização de dados e arquivos, releases jornalísticos, trabalho de web design: o interessado pode adequar suas potencialidades e conhecimentos às muitas opções oferecidas.
O bauruense Bruno Henrique Paes, 23 anos, é consultor na área de tecnologia e está terminando uma pós graduação em Gerenciamento de Projetos.
Ele encontrou no trabalho voluntário online uma maneira de unir solidariedade à experiência profissional. “Eu quero ajudar a gerenciar um projeto porque, além ajudar, eu estarei adquirindo conhecimentos. Tudo sem sair da minha casa e respeitando os meus horários”. Há um mês ele se cadastrou no “Portal do Voluntário” e espera um chamado. “Agora é só aguardar que alguém precise.”
Divulgação/ Para a bauruense Adriana Midori Matsumoto, 24, o trabalho voluntário já é uma prática antiga.
Analista de suportes, ela trabalha há sete anos na divulgação de projetos voluntários pela internet e na execução de alguns deles e acredita que divulgação é fundamental. “Tem projetos bons em Bauru, mas não são divulgados”, lamenta.
Atenta a isso, ela trabalha agora na criação de sua própria plataforma que será atrelada ao seu próprio projeto voluntário, o “SóRia”. “Quando você coloca o projeto na internet, a divulgação e a ajuda são imediatas.”
Projeto ‘SóRia’ é fruto de muito trabalho voluntário
Em sete anos de trabalho voluntário online, a analista de suporte Adriana Midori Matsumoto adquiriu conhecimentos suficientes para elaborar o seu próprio projeto. O “SóRia” vai atuar em hospitais e ambulatórios de Bauru, com o intuito de ajudar na melhora e humanização dos pacientes. Para a implementação do projeto, Adriana quer colocar no ar seu próprio portal de voluntariado. “A ideia é divulgar meu projeto e outros também, fazendo a captação e o cadastro dos interessados pela própria plataforma online.”
Ela já tem o projeto gráfico do site desenhado, com ajuda voluntária. Através do “Portal do Voluntário” encontrou uma web designer que vive em São Paulo, mas que pôde ajudá-la através da internet. “A web me ajudou em tudo e foi um trabalho completamente voluntário”. Agora, Adriana espera patrocínio e ajuda financeira para colocar o site no ar e dar início ao programa.
Sites indicam onde agir na mesma cidade
Além das opções de voluntariado online, os portais também ajudam a encontrar opções de trabalho real perto de sua casa. É só digitar a cidade em que mora e eles mostram quais projetos cadastrados mais precisam de ajuda neste momento.
Regulamentação veio apenas há 13 anos
Em 1998, o trabalho voluntário foi regulamentado pela Justiça, com a lei 9.608.
A ideia era deixar claras as diferenças entre um trabalho voluntário e um emprego ou atividade remunerada.


 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que é politicas publicas Juventude?

É na juventude que uma sociedade deposita as maiores esperanças de vivermos em um mundo melhor no futuro, por outro lado, é também neste segmento, de 16 a 29 anos, que infelizmente encontramos mais ocorrência dos principais problemas da atualidade.
Entre os jovens estão os maiores índices de usuários de álcool, cigarros e drogas; causadores e vítimas de acidentes de trânsito. Também são os jovens os que mais sofrem com o desemprego; e os que entram para a criminalidade.
Esta grande contradição entre a esperança nas novas gerações e a triste realidade urbana encontrada nas estatísticas, gera a necessidade de que o poder público e a sociedade civil definam planos e ações direcionadas a proteger, capacitar e gerar oportunidades aos jovens, de modo a mudar estes números. Este conjunto de planejamentos e ações dos governos com o apoio da população são as políticas públicas para a juventude, ou P.P.J.
Considerar as políticas públicas para a juventude ações direcionadas somente a um segmento da sociedade ou grupo de interesse, é um equivoco, pois os jovens podem ser considerados o futuro de todos nós, sendo que as ações geram conseqüências em toda comunidade. Beneficiando toda a família, melhorando a qualidade de vida nas cidades, diminuindo a criminalidade e contribuindo para a economia em geral.
Falar em PPJ é tratar de desenvolvimento de ações direcionadas em diversas áreas de interesse público. Por exemplo, na área de educação, possibilitando que as escolas, além do conhecimento formal, gerem capacitação e profissionalização aos estudantes.
Outro exemplo, são os incentivos ao esporte por meio do apoio aos atletas, construção de centros esportivos e parques, estas políticas públicas para a juventude na área de esportes geram excelentes resultados para a saúde e para a qualidade de vida.
Além das políticas que atingem as principais áreas de serviço público de uma cidade, como educação, saúde, empregabilidade e cultura. As PPJ também abragem assuntos novos de grande relevância como, por exemplo, as políticas de inclusão digital, que beneficiam todas as pessoas interessadas em adquirir conhecimentos sobre informática e internet, qualificando-as para o estudo e mercado de trabalho.
Diante de tudo é necessário que, antes que as condições dos jovens se tornem críticas e as conseqüências irreversíveis, ocorra um grande pacto entre os governos, os políticos, a iniciativa privada, organizações não governamentais e a sociedade em geral para elevarmos as políticas públicas para a juventude a um lugar de destaque no debate político brasileiro, ocupando definitivamente seu espaço no planejamento das cidades, Estados e do governo federal.
Conscientizando ainda, que além de previnir gastos reparatórios com o poder judiciário, com aumento da criminalidade, construção presídios e perda da qualidade de vida, os custos com o desenvolvimento de políticas púbicas para a juventude, não representam gastos e sim um grande investimento no futuro do Brasil.