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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pesquisa indica Salvador como a pior capital para se viver



Pesquisa da Proteste, associação de defesa do consumidor que avalia produtos e serviços, entrevistou neste ano 2.202 brasileiros de 21 capitais, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 74 anos. Eles colocaram suas opiniões e ranquearam suas cidades que foram avaliadas, de acordo com cada tema, como boa, satisfatória e ruim. Na pesquisa, Salvador aparece como a pior capital do País para se viver.
O estudo abrangeu seis critérios em números levando em consideração a acessibilidade, habitação, saúde, educação, mobilidade urbana, emprego e segurança pública. Foi considerada a situação nos últimos cinco anos.
A capital baiana ficou na pior colocação em habitação e mobilidade e conquistou o segundo pior lugar em segurança, saúde e emprego, atrás de Maceió, Natal e João Pessoa, respectivamente. Apenas no quesito “educação” que os entrevistados disseram estar razoavelmente satisfeitos. A administração municipal e a estadual, por sua vez, informaram que foram feitos inúmeros investimentos para melhorar a vida na cidade nos últimos anos.
Segundo a Proteste, a pesquisa procurou determinar como a pessoa percebe a cidade onde mora para avaliar se o local oferece qualidade de vida. Mais quatro países participaram do estudo – Portugal, Espanha, Bélgica e Itália. A pesquisa foi realizada pelo envio de e-mail com um questionário. A maior parte dos participantes foi composta por homens com idades entre 35 a 54 anos, casados e com alto índice de escolaridade.
No quesito percepção da evolução da qualidade de vida de seis capitais nos últimos cinco anos, apenas 19% dos entrevistados – incluindo turistas que estiveram pela segunda vez na capital baiana – consideram que a situação melhorou em Salvador contra 53% que disseram ter piorado e 28% ter permanecido a mesma. No Rio de Janeiro, 44% afirmaram que "melhorou" e 20% piorou. Em Cuiabá, o índice de percepção de melhora foi de 65%.
A radialista Núbia Leão, 33 anos, moradora de Brasília, passeava pelo Pelourinho na última sexta-feira, em sua segunda visita à capital. A primeira vez foi em 1998. “A impressão que tenho é que aqui as obras que começam nunca terminam. Amo Salvador, há uma coisa inexplicável aqui, mas dá pra ver que ela está muito mais abandonada do que em 98”, opina.
O cantor e compositor soteropolitano Lazzo Matumbi lamenta o “provincianismo” com que as gestões públicas municipais têm tratado a primeira capital do Brasil: “As administrações tratam Salvador de maneira provinciana”, constata.
Mobilização
Para o sociólogo Ordep Serra, a população soteropolitana é criativa e talentosa, mas está perdendo a autoestima. “Cada vez mais pessoas, profissionais, deixam Salvador em busca de cidadania, direitos e serviços públicos. As pessoas abandonam a cidade, por não acreditar mais nela”.

Em contrapartida, ele percebe uma forte mobilização por pessoas bem informadas com o apoio das mídias sociais. “Está começando uma mobilização que precisa ser constante. E é preciso que essas pessoas busquem apoio nas periferias para realçar nossa autoestima”, analisa.

14/07/2012 A Tarde 

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