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terça-feira, 21 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
Distribuição de camisinhas pelo governo federal caiu 30% em 2010
Ao contrário do que havia anunciado, o governo federal reduziu a distribuição de camisinhas no País. Em 2010, o total enviado a Estados e municípios foi 30% menor que em 2009. O uso do preservativo é considerado essencial para evitar a infecção pelo HIV, o vírus causador da aids. A mudança ocorreu menos de um ano depois de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde identificar a queda do uso do preservativo e de a pasta avaliar que a melhor estratégia para combater o problema seria facilitar o acesso. Em 2009, o governo distribuiu 465,2 milhões de camisinhas – número recorde. No ano seguinte, com queda de 30%, foram distribuídos 327 milhões de preservativos, total inferior inclusive a 2008 (406,5 milhões).
“Diante de um cenário de queda de uso de camisinhas, o esperado seria um reforço na distribuição. Algo que, por alguma razão, não se identifica nos balanços realizados”, constata o pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), Alexandre Grangeiro. Em alguns Estados, a mudança foi expressiva. Santa Catarina e Paraíba, por exemplo, receberam do governo federal, no ano passado, quase a metade do que haviam recebido em 2009. Piauí, por sua vez, recebeu pouco mais de um terço, e Sergipe, um quarto. “O governo federal está sendo corresponsável pelas novas infecções de aids que ocorrem no País”, reagiu o presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, Mario Scheffer. Ele observa que a redução na distribuição de camisinhas ocorre num momento em que se exigia audácia do governo federal na busca por estratégias mais eficazes de prevenção. “O que vemos é justamente o contrário. Em vez de reagir, de questionar as estratégias usadas diante da redução da demanda de camisinhas, o governo se cala.” Incidência. A epidemia de aids no País se encontra estabilizada, mas em padrões ainda considerados altos. Em 2009, foram descobertos 38.538 novos casos da doença, um número 3% maior que o de 2008. O boletim mais recente mostra aumento da incidência entre a população de 13 a 24 anos. Apesar de ser motivo de apreensão entre ativistas e especialistas no controle da aids, a mudança na grade de distribuição é vista com naturalidade pelo governo. “Não houve redução da demanda nem comprometimento das ações de prevenção”, afirmou, por e-mail, o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco. Em vez de queda na grade de distribuição, ele afirma ter havido um “realinhamento” das capacidades de estoques dos Estados e municípios. De acordo com o departamento, em 2009 os Estados teriam encomendado uma quantia excessiva do produto. Como houve sobra na maior parte das localidades, a solução foi fazer um ajuste, encaminhando em 2010 apenas o que seria preciso para complementar a necessidades locais. Isso explicaria exceções. Como São Paulo, onde a grade de distribuição de 2010 foi mantida, pelo fato de o Estado ter usado o quantitativo inicialmente programado. A justificativa não esclarece o fato de em alguns Estados a distribuição de 2010 ter sido inferior à de 2008. E o departamento argumenta que os Estados também adquirem preservativos, num sistema de contrapartida. Para ativistas, a explicação não convence. “A contrapartida não vem de hoje. E ela surge como reforço, não como justificativa para redução na distribuição”, diz Scheffer.
Estratégia. A estratégia do ministério destoa do discurso adotado nos últimos anos. Em 2009, após a divulgação da pesquisa apontando a redução do uso de preservativos, o governo enfatizou a necessidade de reforçar a distribuição. Na ocasião, foi anunciada a licitação de 1,2 bilhão de camisinhas – um quantitativo que nunca chegou aos armazéns do País. Desse total, o governo conseguiu comprar 750 milhões. Uma dificuldade semelhante ocorreu no ano anterior. Em 2008, o ministério havia anunciado a licitação de outros 1,2 bilhão de preservativos, dos quais chegaram ao País 788,8 milhões. Agora, a pasta anuncia a compra de 1,4 bilhão de camisinhas. “O próprio volume de compras indica que governo esperava um aumento da demanda. Se ele não ocorre dentro dos padrões esperados, é claro que houve uma falha no meio do caminho”, completou Scheffer.
Fonte: Info Jovem
“Diante de um cenário de queda de uso de camisinhas, o esperado seria um reforço na distribuição. Algo que, por alguma razão, não se identifica nos balanços realizados”, constata o pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), Alexandre Grangeiro. Em alguns Estados, a mudança foi expressiva. Santa Catarina e Paraíba, por exemplo, receberam do governo federal, no ano passado, quase a metade do que haviam recebido em 2009. Piauí, por sua vez, recebeu pouco mais de um terço, e Sergipe, um quarto. “O governo federal está sendo corresponsável pelas novas infecções de aids que ocorrem no País”, reagiu o presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, Mario Scheffer. Ele observa que a redução na distribuição de camisinhas ocorre num momento em que se exigia audácia do governo federal na busca por estratégias mais eficazes de prevenção. “O que vemos é justamente o contrário. Em vez de reagir, de questionar as estratégias usadas diante da redução da demanda de camisinhas, o governo se cala.” Incidência. A epidemia de aids no País se encontra estabilizada, mas em padrões ainda considerados altos. Em 2009, foram descobertos 38.538 novos casos da doença, um número 3% maior que o de 2008. O boletim mais recente mostra aumento da incidência entre a população de 13 a 24 anos. Apesar de ser motivo de apreensão entre ativistas e especialistas no controle da aids, a mudança na grade de distribuição é vista com naturalidade pelo governo. “Não houve redução da demanda nem comprometimento das ações de prevenção”, afirmou, por e-mail, o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco. Em vez de queda na grade de distribuição, ele afirma ter havido um “realinhamento” das capacidades de estoques dos Estados e municípios. De acordo com o departamento, em 2009 os Estados teriam encomendado uma quantia excessiva do produto. Como houve sobra na maior parte das localidades, a solução foi fazer um ajuste, encaminhando em 2010 apenas o que seria preciso para complementar a necessidades locais. Isso explicaria exceções. Como São Paulo, onde a grade de distribuição de 2010 foi mantida, pelo fato de o Estado ter usado o quantitativo inicialmente programado. A justificativa não esclarece o fato de em alguns Estados a distribuição de 2010 ter sido inferior à de 2008. E o departamento argumenta que os Estados também adquirem preservativos, num sistema de contrapartida. Para ativistas, a explicação não convence. “A contrapartida não vem de hoje. E ela surge como reforço, não como justificativa para redução na distribuição”, diz Scheffer.
Estratégia. A estratégia do ministério destoa do discurso adotado nos últimos anos. Em 2009, após a divulgação da pesquisa apontando a redução do uso de preservativos, o governo enfatizou a necessidade de reforçar a distribuição. Na ocasião, foi anunciada a licitação de 1,2 bilhão de camisinhas – um quantitativo que nunca chegou aos armazéns do País. Desse total, o governo conseguiu comprar 750 milhões. Uma dificuldade semelhante ocorreu no ano anterior. Em 2008, o ministério havia anunciado a licitação de outros 1,2 bilhão de preservativos, dos quais chegaram ao País 788,8 milhões. Agora, a pasta anuncia a compra de 1,4 bilhão de camisinhas. “O próprio volume de compras indica que governo esperava um aumento da demanda. Se ele não ocorre dentro dos padrões esperados, é claro que houve uma falha no meio do caminho”, completou Scheffer.
Fonte: Info Jovem
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Adriano Wirz
terça-feira, 7 de junho de 2011
É HORA DE VOLTAR A LOTAR PITUAÇO E INICIAR A ARRANCADA CONTRA O GALO, QUE DEVE CHEGAR COMO LÍDER... E DAÍ?
Em uma semana, por causa de uma derrota para o Grêmio, no Rio Grande do Sul --onde nunca havíamos vencido na história do Brasileiro--, um início de empolgação pós-empate com o Flamengo, no último minuto, com um homem a menos e tendo sido garfados pela arbitragem, virou quase desespero por parte de alguns. O próprio tropeço para o América, em Minas Gerais, não primou pela justiça, na estreia. "MAS O BAHIA ESTÁ NA ZONA DE REBAIXAMENTO!", gritam. "Metereologistas das desgraças antecipadas", diria o técnico René Simões, como escreveu em carta à Nação Tricolor dias antes do campeonato. E, ao menos por enquanto, é mesmo por aí. O inimigo não pode estar dentro da própria torcida. Transcorridas as mesmas três rodadas (DE 38), na temporada passada, o campeão Fluminense também havia perdido seus dois primeiros jogos... O Grêmio --que se classificaria para a Libertadores-- também estava com um único ponto na tabela.... E o Avaí, salvo da degola apenas na penúltima partida, ostentava sete pontos, pomposo na vice-liderança. É HORA DE VOLTAR A LOTAR PITUAÇO E INICIAR A ARRANCADA CONTRA O GALO, QUE DEVE CHEGAR COMO LÍDER... E DAÍ? São apenas três jogos. Os caras ainda não estrearam. De fato, precisamos melhorar a zaga, a marcação no meio de campo e na posição de centroavante de área. Porém, desculpem a redundância, são apenas três rodadas. Podemos não conquistar o tri --estamos longe disso, claro. Mas não já estamos rebaixados. Reflita aí no texto abaixo do jornalista e grande tricolor Flávio Novaes, especialmente para a ocasião:
***
"Perigoso e onipresente. Ronda o ambiente, tenta instalar o pânico, minar forças, puxar pra baixo, diminuir. O principal adversário está fora do campo. Duzentos anos intermináveis fora da Primeira, vexames, nada de título baiano. Mas a principal derrota do Bahia nas últimas oito temporadas é a perda da auto-estima e, como consequência, o fim do respeito alheio para o primeiro campeão brasileiro do país, em 1959. Para voltar a meter medo, diretoria, comissão técnica e jogadores primeiro terão que superar um estigma de inferioridade. No avião, um sorrisinho de canto de boca. A camisa tricolor chamava a atenção pela beleza, mas um ou outro comentário incomodava. Estranho. Já em solo mineiro, marcando terreno e à espera a carona, os taxistas começam a provocar: “O América vai ganhar, vocês vão voltar à Série B”.
Eu tenho certeza, cena 1. Em um campo próximo a Pituaçu, o Atlético Goianiense tenta uma vaga na final da Copa do Brasil. Estamos em maio de 2010 e os dois times seguem embalados. Tantos meses depois, voltam a se encontrar, agora pelo Brasileiro No mesmo campo, um 0 a 0 leva a equipe da casa para a Segundona. Com o empate, o Atlético se salva, fica em 16º.
Esse ano é nosso, cena 2. Campeão estadual, pela segunda edição seguida na Série A, moral absurda com a torcida, rival na pior. Guga e os caras da ilha felizes com o Avaí, sete pontos nos três primeiros jogos. Segunda metade pra lá, sofrimento. Escapa no final.
Vai dar tudo errado, cena 3. “Esse argentino nojento não vai nos levar a lugar algum”, dizia o torcedor do Fluminense, retado com os três pontos nos três primeiros jogos do Brasileiro do ano passado. Mais ao Sul, o torcedor do Grêmio também se irrita com o atacante Jonas. Não é possível o campeão do mundo com um ponto em três jogos...
Apita o árbitro, fim de mais uma edição do campeonato mais difícil do mundo: Flu campeão, Grêmio na Libertadores."
PS: Apontado por todos como candidato ao título, ao lado do Santos e talvez do Internacional, o Cruzeiro está hoje empatado na classificação com o Esquadrão de Aço. “Tanta coisa interfere no Campeonato Brasileiro, que nada é parâmetro para ele” -
Jornalista Paulo Vinícius do Coelho - 6 de junho de 2011 - Linha de Passe (ESPN Brasil)
Texto retirado do ecbahia.com
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Adriano Wirz
Torcida pode escolher pintura do ônibus; veja como
O torcedor tricolor poderá participar da definição da pintura do novo ônibus do Esquadrão. O anúncio, que já havia sido feito pelo presidente Marcelo Guimarães Filho, via Twitter, foi complementado através de um dos canais oficiais do clube na noite desta segunda-feira.
As estrelas do bicampeonato brasileiro serão colocadas no veículo, promete o Tricolor.
Foram disponibilizadas cinco opções de layout para que o torcedor azul, vermelho e branco escolha e vote. O processo é simples: Avalie as opções, defina a que achar melhor e envie um e-mail para onibus@esporteclubebahia.com.br com sua preferência. Ao escrever o e-mail, digite a opção escolhida no assunto da mensagem, isso agilizará a apuração.
Veja as cinco opções clicando na imagem para ampliar:
OBS: Já se encontra na ordem das opção ex: figura 1 opção1 e ai por diante.
As estrelas do bicampeonato brasileiro serão colocadas no veículo, promete o Tricolor.
Foram disponibilizadas cinco opções de layout para que o torcedor azul, vermelho e branco escolha e vote. O processo é simples: Avalie as opções, defina a que achar melhor e envie um e-mail para onibus@esporteclubebahia.com.br com sua preferência. Ao escrever o e-mail, digite a opção escolhida no assunto da mensagem, isso agilizará a apuração.
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Adriano Wirz
domingo, 5 de junho de 2011
05 de Junho Dia Mundial do Meio Ambiente veja como surgiu.
Foi no ano 1972, em Estocolmo, na Suécia, no seu primeiro encontro mundial sobre meio ambiente, que a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o dia 5 de junho como o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, o Dia da Ecologia. Naquele momento também foi criado o UNEP (PNUMA) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. E se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico.
Agora, depois de 37 anos, em 2009, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, devemos nos perguntar se, de fato, o meio ambiente está no centro de nossas preocupações. E a resposta deve vir das ações cotidianas das pessoas, dos empreendimentos das empresas e das políticas dos governos. Será que, a partir de 1972, o meio ambiente ganhou centralidade em nossas decisões, em nossos pensamentos e ações?
Com tanto debate que a ecologia nos proporcionou, será que realmente mudamos a maneira de pensar e ver a vida? Mudamos nossas arcaicas concepções sobre a natureza, sobre as pessoas e as mais diversas formas de vida? Estamos preocupados. Sim! Mas, estamos decididos a mudar o padrão de consumo, por exemplo? Aprendemos a usar os recursos naturais de forma sustentável? Ainda mantemos nossa ganância, o luxo, a opção pelas facilidades a todo custo, sem nos perguntarmos sobre a capacidade sustentável do planeta e sobre as necessidades das outras pessoas e de outros povos?
No Dia Mundial do Meio Ambiente de 2009, após 37 anos de a data ser proclamada, temos algo importante a fazer. Como humanidade, precisamos olhar nossa trajetória e, pensando no futuro, nos perguntar sobre quais os valores e princípios que estamos assumindo e incorporando na nossa vida, e que podem garantir o equilíbrio ecológico da Terra. Precisamos conferir se meio ambiente, de fato, ganhou a necessária centralidade. A questão é esta. No centro de nossas decisões e de nosso agir está a integridade da vida ou a mesquinhez do lucro, do luxo e do consumismo?
Precisamos pensar bem e agir bem, pois, a vida sente os reflexos de nossas ações e decisões. Um relatório divulgado pelo Fórum Humanitário Global no último dia 29 de maio, diz que “a mudança climática mata cerca de 320 mil pessoas por ano, de fome, doenças ou desastres naturais, e o número deve subir para 500 mil até 2030”. E para os que só pensam no lucro e em nome do crescimento econômico degradam o meio ambiente, é importante lembrar que os prejuízos causados pela mudança climática já superam os 125 bilhões de dólares ao ano. E este valor é mais do que a ajuda dos países ricos para os pobres.
Que o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia, nos faça pensar e agir. E também nos ajude a mudar o modo de pensar e agir. Pensar sem agir é anular o pensamento e agir sem pensar é a pura prepotência de achar que se está fazendo tudo certo.
Artigo escrito por Frei Pilato Pereira
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Adriano Wirz
ÁGUA: SE NÃO RACIONALIZAR, VAI FALTAR
Neste 5 de junho, dia do Meio Ambiente, é importante lembrarmos alguns dados que refletem a difícil situação mundial em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponíveis no planeta. Segundo relatório da Unesco, órgão da ONU para a educação e responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento de água doce.
Dos exíguos 2,5% de água doce existentes no mundo, porém, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos – a Terra possui cerca de 1,39 bilhões de km 3 de água, distribuídos em mares, lagos, rios aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar, com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente: estima-se que será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.
Sabe-se que o maior consumo de água doce é na agricultura, responsável por 69% do uso, e que as grandes metrópoles têm edificações com sistemas hidrossanitários (bacias e válvulas sanitárias, torneiras, chuveiros, entre outros) gastadores.
Ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento, em vez da usual por aspersão, e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, caros e que prejudicam o meio ambiente, ao derrubar matas ciliares com o alagamento.
As medidas de incentivo à troca de equipamentos gastadores por outros, economizadores – como bacias e válvulas que consomem 6 litros por acionamento, em vez dos 12 ou até mais de 20 litros por acionamento consumidos pelos equipamentos defasados, a instalação de arejadores e restritores de vazão em torneiras e chuveiros, entre outros, são instrumentos bem-sucedidos de diminuição do consumo.
Os equipamentos economizadores estão disponíveis – e obrigatórios, por norma da ABNT - em nosso país desde 2003. Programas racionalizadores já foram adotados em Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México. Nova York instalou, entre 1994 e 1996, mais de um milhão de bacias sanitárias economizadoras, com incentivo aos moradores e empresários para as trocas, e passou a poupar 216 milhões de litros de água por dia.
Enquanto isso, no Brasil temos campanhas esporádicas para diminuir o consumo de água, rapidamente abandonadas assim que acaba a eventual seca e os reservatórios estão cheios. Isto foi o que aconteceu em São Paulo , em 2004, quando os cidadão foram premiados com desconto de 20% em suas contas de água se atingissem as metas de redução. Alguns prédios públicos também trocaram suas instalações hidrossanitárias gastadoras por outras, economizadoras. Há, porém, a necessidade de implementarmos programas duradouros e permanentes de incentivo à redução do consumo de água.
A concessionária Sabesp, que atende a maior parte dos municípios paulistas, por exemplo, desenvolve atualmente um projeto que custará cerca de R$ 100 milhões para trocar dutos antigos, cuja deterioração provoca vazamentos e perdas de água estimados em 34% do total produzido. Embora louvável, a preocupação da concessionária paulista em diminuir suas perdas e, portanto, aumentar o lucro de seus acionistas, deveria se traduzir também em ações que beneficiassem o consumidor final e o contribuinte diretamente, como os programas de uso racional da água e o incentivo à troca de equipamentos obsoletos por outros, economizadores.
O governo federal, por sua vez, poderia desenvolver programas de educação e incentivo aos agricultores que adotassem o método de gotejamento na irrigação, poupando outros essenciais milhões de metros cúbicos de água. Assim, projetos como o da transposição das águas do rio São Francisco, com investimento estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões pelo governo federal, poderiam ser melhor aproveitados. A implementação desses programas, de racionalização do uso da água e da irrigação por gotejamento, resultaria em benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade como um todo.
Autor: Carlos Lemos da Costa
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Adriano Wirz
Crise urbana: não é o fim do mundo
Antonio Risério*
De uns tempos para cá, é cada vez maior o número de pessoas que me dizem que, em matéria de crise urbana, chegamos a um beco sem saída. Estaríamos vivendo em cidades definitivamente encalacradas, à beira do colapso final.
A propósito, costumo lembrara posição de Peter Hall contra a perspectiva apocalíptica de Lewis Mumford. Em The culture of cities, Mumford argumentou que a megacidade mais não era do que uma parada ou estação na estrada para Necrópole, a cidade dos mortos. Por seu gigantismo disforme, terminaria estrangulada em suas próprias tripas urbanas. Esta visão da macrocidade estrangulada em seus próprios intestinos é retomada em A Cidade na história. “A desintegração de Roma foi o resultado final de seu supercrescimento, que resultou numa falta de função e numa perda de controle dos fatores econômicos e agentes humanos que eram essenciais à continuação de sua existência”, escreve Mumford. Para ele, “a principal contribuição de Roma ao desenvolvimento da cidade é a lição negativa de seu próprio super crescimento patológico”.
Vejam: “Todo centro megalopolitano supercrescido, hoje em dia, e toda província, fora dele, que é tocada por sua vida, exibe os mesmos sintomas de violência e desmoralização.Aqueles que fecham os olhos para estes fatos estão repetindo, com mímica exótica, justamente os atos e palavras, igualmente cegos, de seus predecessores romanos”. E ainda: “Em toda parte onde se reúnem multidões em números sufocantes... Necrópole está perto, embora não tenha ruído sequer uma pedra”.
Escrevendo seis décadas mais tarde, Peter Hall diz, em Cities in civilization, que não pode partilhar a perspectiva mumfordiana, pelo fato de que “estamos mais longe do que nunca de assistir à destruição da cidade gigante. Pelo contrário: rebatizada de Cidade Global, ela atrai desproporcionalmente as organizações que comandam e controlam a nova economia global, tanto quanto as agências de serviço especializado que as atendem; por esta razão, continua a atrair os talentosos e ambiciosos; e, justamente por isso, permanece um crisol único de criatividade”. Em Cities in civilization, Hall defende que “nenhuma espécie de cidade, ou qualquer tamanho de cidade, tem o monopólio da criatividade ou do bem viver; mas que as cidades maiores e mais cosmopolitas, apesar de todas as suas desvantagens evidentes e óbvios problemas, têm sido, através da história, os lugares que acenderam a chamas agrada da inteligência e da imaginação humanas”.
Para lembrar o milenar conceito védico, podemos dizer que Mumford aponta para o advento da kali yuga, o mais tenebroso e desgraçado entre todos os ciclos das épocas humanas. E que Hall, ao contrário, acena para uma futura idade de ouro da vida urbana, a partir da articulação ou da união de arte, tecnologia e organização. Por isso mesmo, Kotkin fala, a propósito de Hall, em The city: a global history, de um “novo otimismo”, fundado na passagem da economia industrial para uma economia baseada na informação.
Penso que o melhor é ter um olho mumfordiano e um olho halliano. E cruzá-los, sistematicamente, diante da realidade. Mas, em última análise, tendo mais para o ponto de vista de Peter Hall. Coisas decaem, sim. Cidades gigantescas, inclusive. Mas é preciso cultivar uma desconfiança essencial diante do elenco de teses que a armadilha e a realidade, simultaneamente inscritas na palavra decadência, têm gerado.
Num livro intitulado, justamente, A ideia de decadência na história ocidental, o historiador Arthur Herman escreveu: “Gostaria de salientar que, apesar de os intelectuais andarem prevendo o iminente colapso da civilização ocidental por mais de um século e meio, sua influência aumentou mais, durante este período, do que em qualquer outra época na história. Hoje, as instituições e os conceitos culturais (do Ocidente) gozam de mais prestígiodo que durante o apogeu do império europeu e suas colonizações”. Do mesmo modo que a cultura ocidental não decaiu, o grande núcleo urbano não experimentou o colapso. Nem acredito que vá experimentar. Mas também não se tem dúvida de que a crise atual das grandes cidades é complexa, tremenda eassustadora. Pode não ser o fim do mundo. Mas, com certeza, é o fim de um mundo.
* Escritor, poeta e antropólogo.
* Escritor, poeta e antropólogo.
Artigo publicado no jornal A Tade de 31/08/2009
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Adriano Wirz
Pense num absurdo...
Osvaldo Campos Magalhães*
A frase de autoria do ex-governador Octavio Mangabeira, “Pense num absurdo, na Bahia tem precedente”, volta à tona com a recente manifestação do Ministério Público Federal solicitando a paralização das obras da ferrovia de integração Oeste – Leste – FIOL.
Lembremos que na década de sessenta foi construído no município de Marau, mais precisamente na ilha de Campinho, baía de Camamu, um terminal portuário. O porto seria o ponto final de um sistema logístico idealizado pelo professor e ex-deputado Vasco Neto, que, previa uma ferrovia ligando a capital da república ao litoral baiano. Conhecido por porto de Brasília a infraestrutura portuária já completamente comprometida encontra-se abandonada há mais de quarenta anos, sem que a ferrovia tenha sequer sido iniciada.
Com o início acelerado da implantação da Ferrovia de Integração Oeste Leste, principal obra de infraestrutura de transportes do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, na Bahia, sem que tenhamos ainda uma definição acerca do ponto final, ou seja, o porto, será que a frase do ex-governador voltará a atormentar a Bahia e seus dirigentes?
Lembremos que o Programa Estadual de Logística de Transportes – PELTBAHIA tinha como sua obra mais emblemática a implantação de uma ferrovia ligando o estado do Tocantins até a cidade de Brumado na Bahia. Planejada para diminuir os custos logísticos da movimentação da crescente produção agrícola do oeste baiano, principalmente soja, milho, algodão, o novo corredor ferroviário englobava também a requalificação do trecho ferroviário sob a concessão da Cia Vale do Rio Doce ligando Brumado até o complexo portuário existente na baía de Todos os Santos. Indicada como obra prioritária, teve seu estudo de traçado elaborado pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia, DERBA, ainda em 2002.
Com a comprovação de grandes reservas de minério de ferro em Caetité, posterior à elaboração do PELTBAHIA, e, sob ameaça de ver implantado um grande mineroduto que utilizaria a agua do São Francisco para bombear o minério de ferro até um porto oceânico, o governo da Bahia e a VALEC, decidiram alterar o estudo inicial da ferrovia, e, ao invés de requalificar o trecho existente, e aproveitar o complexo portuário já implantado na baía de Todos os Santos, segunda maior reentrância de águas profundas do mundo, preferiram atender aos anseios da Bahia Mineração e Logística, que ficou responsável de implantar um porto off-shore entre as cidades de Ilhéus e Itacaré.
A mudança não poderia ser mais desastrosa, visto que, de acordo com os estudos preliminares do Plano de Zoneamento Ambiental da Bahia, a região já tinha no turismo, a sua principal vocação econômica e ecológica. A situação se complicou ainda mais, quando o governo determinou o local de implantação do porto: uma área de proteção ambiental, conhecida como APA Lagoa Encantada.
Com a pressão dos ambientalistas e de grande parcela dos moradores da região o governo finalmente decidiu alterar o local do porto. Contudo, a construção da ferrovia já tinha sido iniciada e, o licenciamento ambiental do porto, no novo local, ainda não foi sequer iniciado, o que motivou a solicitação de paralização das obras por parte do Ministério Público Federal.
Talvez ainda seja oportuna uma revisão no sistema logístico, voltando a seguir às recomendações do Programa Estadual de Logística de Transportes.
No dia 28 de abril foi publicado pela ANTT a Deliberação 87/2011, propondo a revisão dos contratos de concessão da malha ferroviária brasileira. Tal mudança poderá resultar na retomada pelo governo de trechos ferroviários que estejam subutilizados, o que é o caso da malha ferroviária baiana, explorada pela FCA. Ao invés de construir o trecho Brumado Ilhéus, não seria mais econômico e ecológico reconstruir o trecho Brumado – Salvador, favorecendo a recuperação da atividade portuária em Salvador e nos portos da Baia de Todos os Santos, hoje ameaçados por Suape em Pernambuco?
Artigo publicado no jornal A Tarde em 02/06/2011
*Osvaldo Campos Magalhães, editor do blog Pensando Salvador do Futuro, é Engenheiro Civil e Mestre em Administração. Trabalha como especialista em infraestrutrura da FIESP.
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Adriano Wirz
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Paroano Sai Milhó lança livro esta quinta-feira
Reunir 47 anos de histórias, músicas e vidas em um livro não é das tarefas mais fáceis, mas com certeza é uma das mais prazerosas, é o que garante. Foi ele que se inspirou e idealizou esta publicação que marca, de forma singular e substantiva, a vida do Paroano. “Este é um registro histórico de uma exemplar manifestação coletiva criada para alcançar pessoas e coletividades, sem preconceitos e distinções. Um todo, feito com muita seriedade e muito amor, por todos que integraram e integram o Paroano”, descreve o autor.
Com prefácio de Francisco Mascarenhas, o único que está no grupo desde o início, a obra conta ainda com a fundamental dedicação de todos os integrantes que colaboraram com a reunião de imagens, textos, vídeos, depoimentos e casos que serviram de base para a produção do livro Paroano Sai Milhó - Histórias de Amor à música, à alegria, às cores e à vida.
O lançamento, que será realizado esta quinta-feira, a partir das 19 horas na livraria Cultura do Salvador Shopping, vai reunir familiares e amigos deste grupo musical de tradição do Carnaval baiano que, despretensiosamente, foi fundado pelo saudoso Janjão, Antônio Carlos Queiroz Mascarenhas, que liderou a ida às ruas durante o carnaval de 64 ao lado de outros oito divertidos aventureiros.
Naquela época não existiam ainda os grandes blocos, os trios eram poucos, o que se via nas ruas durante o carnaval baiano eram as manifestações populares através de fantasias que todos faziam questão de vestir (baiana, oficial da marinha, árabe, cigana, gladiador, jogador de futebol, ...). As ruas, além de decoradas, recebiam sonorização nos postes e árvores, de forma a entreter os foliões nos intervalos entre os blocos. O repertório musical carnavalesco tinha sua divulgação em dezembro do ano anterior por meio das transmissões radiofônicas. Havia preocupação em aprender todas elas.
Nesse contexto, foi-se desenhando a saída dos precursores do Paroano Sai Milhó que ensaiavam apenas as músicas a serem cantadas na rua, o resto era improviso. O entusiasmo foi marcante e determinante para a continuidade, assim como para documentar o ocorrido ao longo destes anos. A história tem, a seu lado, além de inúmeros registros e muitas estórias.
Entretanto, apesar de dispor de um acervo razoável (matérias de jornais, revistas, fotografias, gravações – filmes e áudio, depoimentos, fantasias, músicas especialmente compostas, quatro CDs gravados) e contando com a memória de muitos, o Paroano, enquanto grupo informal, pouco se deu a registrar, de maneira organizada, a sua vida. Mas estes registros (até de memória) agora estão neste livro e revelam que, quando o Paroano é visto ou ouvido, sempre fica o desejo de voltar a fazê-lo. Estão registrados nesta obra também a passagem de todos os paroaneiros que, por muito ou pouco tempo, deixaram sua marca e hoje estão espalhados pelo mundo.
Todo conteúdo do livro é narrado cronologicamente desde o início do bloco, em 1964, até o Carnaval de 2010. Ao invés de capítulos, a divisão é feita por termos que relatam essa descrição como, por exemplo, Entrando na Roda, com o início das apresentações pelas ruas; ou O Nome e os Nomes, que conta a história da escolha do nome do grupo e as polêmicas que a envolve; além do Mulheres no Paroano, especialmente dedicado às damas que acompanharam (e ainda acompanham) de perto a carreira do grupo. Na obra também há relatos de como atualmente o grupo se apresenta com o mesmo amor à música dos antigos carnavais de rua da cidade, ao som de marchinhas e de canções inesquecíveis “paroanizadas”. “Hoje somos quinze componentes, irmanados no original propósito, firme e consolidado, de levar alegria, independentemente da condição do público”, Francisco Mascarenhas, co-fundador do Paroano.
Paroano Sai Milhó - Histórias de Amor à música, à alegria, às cores e à vida
Autor: Archibaldo Daltro Barreto Filho, o Quico
Valor do livro: R$ 80,00
Lançamento: 02 de junho, às 19 horas
Local: Livraria Cultura do Salvador Shopping
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Adriano Wirz
Expressões curiosas na Língua Portuguesa
JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
À BEÇA:
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.
DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..
OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.
PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.
RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.
ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.
NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".
VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".
ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
A DAR COM O PAU :
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
À BEÇA:
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.
DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..
OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.
PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.
RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.
ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.
NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".
VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".
ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
A DAR COM O PAU :
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.
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