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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Peça A Voz do Campeão é a história do Esporte Clube Bahia

A Voz do Campeão é a história do Esporte Clube Bahia contada por um torcedor apaixonado. O ator Narcival Rubens protagoniza no teatro as paixões vividas pela torcida tricolor em ocasiões significativas da trajetória do time, desde a sua fundação em 1931 até os dias atuais. A peça estreia em 22 de janeiro de 2011(sábado), às 20h, no Teatro Sesc Casa de Comércio, onde faz temporada inicial com espetáculos aos sábados e domingos, em mesmo horário, no decorrer do verão.
Em momento feliz do time de futebol, que em 10 de janeiro comemora 80 anos de fundação, além de ter recentemente reingressado à 1a divisão do Campeonato Brasileiro e de estar em vias de obter, finalmente, o reconhecimento, ainda que tardio, pela CBF, de ser o primeiro campeão do Brasil, título conquistado em 1959 com a Taça Brasil, o teatro se une aos felizes torcedores para uma celebração cênica inédita e com os tons heróicos de uma verdadeira saga, em que aventura, emoção e bom humor predominam no palco.
O texto construído em parceria pelo diretor Edvard Passos e seu amigo João Alfredo Reis faz justa homenagem ao principal patrimônio do clube de futebol baiano: a sua torcida, estimada hoje em 6 milhões de pessoas. A elaboração dramatúrgica demandou intensa dedicação, incluindo pesquisa de campo desde 2002, quando surgiu a ideia aos autores em meio à realização de uma partida na Fonte Nova. Daí em diante, muitos jogos compartilhados e muitas fontes consultadas, entre livros e outros registros bibliográficos, videográficos e fonográficos.
A partir de 2009, mais um "jogador" entrou em campo com lances especiais: acompanhando sempre o diretor e autores ao estádio de futebol, o ator Narcival Rubens entra de sola na vivência e se permite uma imersão na rica experiência da torcida. Ele é o intérprete dos personagens de uma mesma família Vô Bira, Pai Bira e o próprio Bira ndash este último figura central da peça, narrador e testemunha de boa parte dos acontecimentos mais relevantes de seu time do coração. De acordo com o diretor Edvard, "Narcival tem a energia, o vigor e a intensidade interpretativa ideais, além do tipo físico, que é a cara do torcedor do Bahia".
Não é exagero afirmar que a equipe de criação da peça é integrada por torcedores apaixonados do Bahia. E que o "bate-bola" entre eles é cotidiano nos ensaios e que contagia também, com emoções genuínas, a equipe técnica, isso é mesmo verdade. O assistente de produção Ailton que o diga! Suas "jogadas" extrapolaram em muito a sua função original, para se tornar um consultor assíduo e também um pesquisador incansável não só no estádio de futebol, como em arquivos e acervos diversos.
Além de livros-referência da octogenária história do time tricolor, os criadores do espetáculo A Voz do Campeão tiveram a felicidade de contar com imagens do colecionador Álvaro Brandão, que reúne em seu banco de vídeos, registros de jogos antológicos, depoimentos de torcedores e comentaristas, a partir de 1914. Do Bahia em particular, as imagens mais antigas datam de 1961, que mostram a disputa com o Santos, decidindo o Campeonato Brasileiro. O acervo conta ainda com fotos fixas da época da fundação do clube.
Outra fonte importante, sobretudo para a feitura da trilha sonora assinada por Marcos Carvalho, foi o disco editado pelo radialista esportivo Oldemar Seixas, que traz músicas compostas e ou interpretadas por artistas-torcedores do time tricolor. Nele há clássicos como "Campeão dos Campeões", do compositor Zé Pretinho, e interpretações de Caetano Veloso e Novos Baianos. Os sucessos musicais de épocas marcantes do time e que ajudam a contextualizar o período fazem parte do material da trilha, que inclui ritmos diversos, a exemplo de marchinhas, boleros, samba, música-disco dos anos 70, frevo e hits do carnaval baiano. Locuções futebolísticas tanto historicamente reais, como as ficcionais da trama dramatúrgica estão na teia de audições do espetáculo.

"Nascido para vencer!"
Sempre com seu "olhar interessado no comportamento da torcida", o diretor-autor Edvard Passos aponta os momentos da história do clube que foram eleitos para a cena de A Voz do Campeão: início da década de 30, o ato solene de fundação em 10 de janeiro de 1931, após árduo processo de extinção, no ano anterior, e junção dos dois times Associação Atlética da Bahia e Bahiano de Tennis. Com jogadores desempregados, os times antes rivais se juntam na adversidade, para formar o Esporte Clube Bahia, que ainda era chamado de Baianinho, quando a equipe mista ainda jogava com a camisa de um time e calção do outro. O diretor comenta:
- Eram jogadores excelentes, chamados à época de lsquopalha da seda’. Não é à toa que o time já nasceu ganhando todas as partidas. O grande adversário era o Ipiranga e o slogan do novo clube, "Nascido para vencer!".
Outro momento destacado na peça é a conquista do primeiro campeonato brasileiro, em 1959. A Taça Brasil foi para o Esporte Clube Bahia, que venceu o Santos, mesmo com o craque Pelé na equipe. Retratando outro período, o espetáculo se concentra na rivalidade Bahia-Vitória, acirrada sobremodo entre 1973 e 1979, quando o tricolor foi seguidamente campeão baiano. A dramaturgia de A Voz do Campeão dá destaque ainda à segunda conquista do título no campeonato nacional, em 1988, quando o escudo-símbolo do time ganha a segunda estrelinha. E, por fim, a peça focaliza o momento contemporâneo, em que a torcida comemora a ascensão do time à Séria A e com ele está em verdadeiro idílio, ainda mais agora que acaba de receber o prêmio de Torcida de Ouro da CBF.
Além do "bate-bola" do diretor, autores e ator para transformar narrativas em ação ndash a linguagem própria da dramaturgia ndash, toques de bola certeiros finalizam com gols de placa com o cenário projetado por Rodrigo Frota, inspirado num santuário, espécie de relicário afetivo da torcida do Bahia. Em trabalho de equipe bem articulado, como numa boa campanha de futebol, entra Maurício Pedrosa com os adereços que reproduzem objetos de grande estima da torcida e vão a campo os dribles de craque de Miguel Carvalho com a criação de figurinos, que remetem ao desejo do torcedor, sempre na vibração da disputa, rivalidade e conquista da vitória.

Serviço:
Peça de teatro: A Voz do Campeão
Onde: Teatro Sesc Casa do Comercio
Avenida Tancredo Neves, 1109 Salvador - Tel. (71) 3273-8543 // 3273-8732
Quando: Sábados e domingos, às 20h
Estreia - 22 de janeiro, às 20h
Quanto: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Fonte: site oficial do Bahia

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