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terça-feira, 5 de julho de 2011

5 de julho de 2011 10 anos da Maior Greve de Policiais Militares e Civis da História do Brasil

Há 10 anos, eclodiu a maior greve de policiais militares e civis da história do Brasil. Greve essa idealizada pelo Sgt Isidório e Ten Everton.
A Bahia parou. Bancos, escolas, universidades, comércio, transporte coletivo tiveram que paralisar suas atividades por falta de policiais.
Os Brasileiros perceberam a importância dos policiais.
Na época, os policiais reclamavam o cumprimento de direitos, que o governador César Borges não respeitava.
Da luta de 2001, tivemos, como ganhos:
· Sd Pm promovido a 1° Sgt e indo para a reserva com os proventos de 1° Ten PM. Financeiramente

foi e continua sendo um grande benefício;

· Pagamento da GAP III, que não era pago;

· Auxílio fardamento em dinheiro (10% de aumento);

· Vagas para filhos de policiais no CPM, que antes não conseguia;

· 21% de Aumento Salarial para Policiais Civis e Militares, além do aumento normal;

· Fim da Absurda Punição do “Detido à Disposição do Comandante”;

· Seguro de Vida para os Policiais;

· Curso Especial de SGT para os Soldados;

· Seleção Interna para o Curso de Formação de Sargento;

· Auxílio Alimentação para os Policiais da Capital;

· Porte de Arma para os Policiais na Folga.

Sabemos que foram poucos ganhos em relação às necessidades, mas não podemos deixar de reconhecer e valorizar esses ganhos, pois sem a luta de todos, nem isso teríamos.
É certo que a Constituição Federal – CF proíbe greve de militares (denominando-a motim, revolta). É certo, também, que essa mesma CF, ciente dos rigores contra os militares, determina leis específicas para os militares como compensação.
Todavia, lei é lei e deve ser cumprida. Não pode o governo exigir o cumprimento da CF nos deveres e não respeitar os direitos.
Informativo Eletrônico Nº 342 Julho de 2011
A negação dos direitos legítima o descumprimento dos deveres. Nenhum ser humano suporta por longo tempo o desrespeito aos seus direitos.

Daí a tentativa de greve na PMBA em 1979.

A greve na PMBA de 1981.

A tentativa em 1992 e 1997.

A greve de 2001 e a greve de 44 horas em 2009 (Movimento Polícia Legal). Veja que é cíclica a revolta dos PMs. Relatei, 6 movimentos em 32 anos. Média de um movimento a cada 5 anos, sendo que a cada 10 anos explode com força.
Testemunhei 5 e participei ativamente de 4 das 6 lutas históricas da PMBA. A de 1979, eu ainda não era PM. A de 1981 era cadete. As demais estava na linha de frente, junto com meus companheiros. Daí ter experiência para dizer que nenhum governo pode subestimar a disciplina e paciência dos
policiais. Militar é como “panela de pressão”; acumula pressão, mas quando explode...
Durante uma tentativa de greve dos PMs em julho de 1997, o então governador Paulo Souto sancionou às pressas a Lei da GAP, oferecendo as GAPs III, IV e V. Isso acalmou os ânimos e esfriou o movimento.
A GAP III só foi paga com a Greve de 2001, 4 anos depois. O governo ensinou que só se conquista direitos com greve.
Agora em agosto de 2011 a Lei da GAP completa 14 anos. São 14 anos de espera pelas GAPs IV e V, pelo Auxílio Acidente, pelo Quadro Complementar de oficiais.
Até quando os PMs irão continuar tendo paciência?
A história prova e a estatística confirma que PM só tem ganho quando faz greve.
Não é bom brincar com a paciência alheia, pois nunca se sabe até quando ela suporta...

Abraços,

Capitão Tadeu Fernandes
Deputado Estadual – PSB

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