A volta da prosperidade no setor da construção civil depois de décadas de estagnação é fruto da emergência da nova classe média brasileira na presença de um alto déficit habitacional. Eventos internacionais como a Copa do Mundo e a Olimpíada, programas governamentais como o Minha Casa, Minha Vida e as obras de infraestrutura do PAC têm aumentado a demanda no setor que enfrenta restrições do lado da oferta. Em particular, os diversos atores que atuam na construção civil têm apontado como grande obstáculo para sua expansão a disponibilidade da oferta de mão de obra na quantidade e na qualidade desejadas. Mas qual é a extensão do apagão de mão de obra na construção, lido pela evolução de salários, da jornada e da ocupação? Mais fundamentalmente, a falta de mão de obra se deve à baixa escolarização do brasileiro? Ou o jovem tem escolhido ocupações menos braçais e mais qualificadas que as da construção? A resposta importa pois o aumento vegetativo de escolaridade do brasileiro vai implicar em maior, ou menor, oferta de pessoas para a construção.
Olhando para frente, como o setor tradicionalmente ocupa poucas mulheres e jovens, os grupos mais educados, quais são as perspectivas trabalhistas da construção? Haverá aumentos salariais diferenciados para o setor? Qual a necessidade de adequação de tecnologias empregadas ao novo contexto social? Como vai a educação na construção civil? Como vai a relação entre a construção e os cursos de educação profissional? O que fazer em termos de políticas públicas?
O estudo permite a cada um traçar a sua radiografia do novo trabalhador da construção civil através do site www.fgv.br/cps/construcao , que contará com um conjunto de dispositivos interativos on line para consulta após o lançamento da pesquisa.
A pesquisa responde ainda: a construção civil continua sendo o setor com maior risco ocupacional? Quais são os novos destinos dos velhos trabalhadores da construção? Do lado da proteção social, até que ponto os trabalhadores da construção civil acompanharam os movimentos de redução do trabalho precoce, de assalariamento e formalização previdenciária observada em outros setores produtivos?
Além destas questões ligadas a avaliação do apagão de mão de obra, respondemos outras ligadas à inserção na construção na sociedade e economia brasileiras, tais como: as famílias da construção civil acompanharam o movimento recente de ascensão de classes econômicas observado no Brasil? Como evoluiu a composição de classes de renda e o acesso a bens de consumo e ativos produtivos? Como a construção civil impacta a macroeconomia, aí incluindo investimento, balança comercial e efeitos diretos e indiretos na renda e empregos gerados em outros setores da economia?
Fonte: Iinfo Jovem
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