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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Oito anos sem Miguel Arraes



Um dos maiores líderes da política e do socialismo no Brasil e considerado o guerreiro do povo brasileiro, completa nesta terça-feira (13), oito anos de falecimento. Miguel Arraes de Alencar foi o último representante de uma geração que marcou a história recente do país, ao lado de Tancredo Neves, Leonel Brizola e Ulysses Guimarães. Ex-governador de Pernambuco por três mandatos, três vezes deputado federal e presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro de 1993 a 2005, Miguel Arraes foi uma forte referência para a esquerda brasileira e a maior até hoje para o PSB.

Na opinião do líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), hoje é uma data triste, porém valiosa no que diz respeito ao legado de Arraes. “Lamentamos hoje esses oito anos do falecimento de umas das maiores lideranças políticas desse país, de um guerreiro do povo, da luta dos mais pobres, do homem que lutou por democracia e mobilizou a gente brasileira para vencer a ditadura. Ao mesmo tempo em que sentimos essa perda, tivemos muitos ensinamentos e com eles prosseguimos a nossa caminhada como socialistas. Arraes está em nossa memória, está em nosso coração, e há uma responsabilidade enorme de nossa parte em honrar essa conduta do PSB e a sua trajetória histórica que condiz com a democracia desse país.”

Eduardo Campos, presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco é neto de Miguel Arraes e acompanhou parte de sua trajetória política. Para ele, seu avô foi “um dos grandes brasileiros que contribuiu para que o país fosse hoje mais igual. Dedicou sua vida às causas do povo, sem nunca mudar de lado, nem de conversa”.

Para Roberto Amaral, vice-presidente Nacional do PSB, Arraes estará sempre presente. "Ainda que todo homem seja implacavelmente de sua época e de seu lugar, Arraes, o mais cearense dos pernambucanos e o mais brasileiro dos nordestinos, era, acima de tudo, um homem do mundo (que procurava mudar) e de todo tempo, pois seu compromisso era com o futuro".

Trajetória – Miguel Arraes nasceu em Araripe (CE), no dia 15 de dezembro de 1916, e teve forte atuação na política pernambucana. Em 1932 foi estudar direito no Rio de Janeiro. Iniciou sua vida pública em 1947. Foi eleito governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN), representante das oligarquias canavieiras de Pernambuco.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em consequência, foi preso dia 1º de abril.
Deposto, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

Em 1990, filia-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). É eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos. Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de Pernambuco. Neste seu último mandato fez parte, junto com os integrantes de seu partido (PSB), da base aliada do governo do presidente Lula, sendo responsável pela indicação de ministros que iriam ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia na primeira gestão de Lula, destacando-se na função seu neto e herdeiro político Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, também pelo PSB.

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