Felipe Rau/Estadão |
"Para falar de Eduardo Campos eu precisaria escrever um ensaio, tal a
importância que dou a ele em relação a nosso País e ao nosso povo.
Teria de começar falando do ponto de vista pessoal, para dizer que o conheço
desde o seu nascimento, pois seu pai, Maximiano Campos, e seu tio, Renato
Carneiro Campos, eram escritores e meus amigos, e ambos eram já pessoas
preocupadas com os mais pobres e com a terrível dilaceração que, no Brasil,
separa os despossuídos e os privilegiados.
Tenho certeza, então, de que todos dois teriam imenso orgulho ao ver o filho
e sobrinho desempenhando agora, na política brasileira, o papel que também a mim
está me deixando entusiasmado, ao ver um jovem como Eduardo Campos lançar-se na
política, movido por sua grande, lúcida e tranquila coragem e por um imenso
desejo de servir.
Explico-me. Coragem porque sabe quantas dificuldades e incompreensões vai ter
que enfrentar. Ainda assim, mantém seu sonho e seu desejo de servir ao nosso
grande País e ao nosso grande povo; porque sabe que, como dizia Aristóteles,
praticada como se deve, a política é uma atividade elevada e nobre, porque
consiste ‘na arte de bem servir ao bem comum’.
Assisti de perto à atuação de Eduardo Campos, como o extraordinário
governador, por duas vezes, do Estado de Pernambuco, cujo povo lhe confere a
inédita aprovação de 83% - coisa que eu nunca vi acontecer com qualquer outro.
Normalmente, no fim de um primeiro mandato, o titular do Executivo sai
desgastado.
Finalmente resta-me dizer que já passei dos 80 anos e, com toda esta idade
(que já vai longa), posso afiançar que Eduardo Campos, além do extraordinário
administrador que demonstrou ser, é o político mais brilhante que já conheci. É,
portanto, a meu ver, o mais capacitado a levar adiante e aprofundar as reformas
que o povo brasileiro está exigindo como indispensáveis para que o Brasil se
aproxime cada vez mais do glorioso destino que merece."
* ESCRITOR, DRAMATURGO E INTEGRANTE DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Publicado no Estadão
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