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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Bahia e o terceiro salto do turismo

Mais de dois anos à frente da Secretaria de Turismo, atrevo-me a formular um singelo raciocínio sobre o turismo na Bahia. Penso que poderíamos dividi-lo em três grandes fases, três saltos marcados por ações específicas. O primeiro ocorreu, entre as décadas de 30 e 70 do século XX e se caracterizou pela construção da identidade turística-cultural. A imagem da terra da magia, do encanto e da hospitalidade. A Bahia turística, na verdade, é um produto lítero-musical, fruto dos livros de Jorge Amado e da música de Caymmi, com a ajuda de Ary Barroso e da “baiana” Carmen Miranda. Depois vieram Carybé, Verger, Capinam, Gal, Caetano, Novos Baianos…
Na década de 50, os primeiros órgãos municipais de turismo. O primeiro salto se consolidou, finalmente na década de 60 com a criação da Bahiatursa. O que chamo de Segundo Salto acontece, entre 1970 e 2006, com o primeiro planejamento para o turismo (Rômulo Almeida), e depois com fortes investimentos na implantação de infraestrutura de transporte e comunicação, de parques hoteleiros e da promoção turística da Bahia. A transformação do Pelourinho num sítio turístico-cultural, integra esse segundo salto.
Herdeiro deste importante patrimônio, o Governo Wagner inicia, a partir de 2007, um Terceiro Salto. O salto da qualidade, da inovação e da integração econômica, ou seja, da base que fundamenta o conceito de sustentabilidade no turismo. Esses três eixos correspondem, também, ao preenchimento de três grandes lacunas do modelo turístico até então desenvolvido: deficiências na qualidade dos serviços e da mão-de-obra, carência de novos produtos turísticos e parques hoteleiros como enclaves desvinculados das economias regionais ao seu entorno.
O Terceiro Salto dá-se, num novo quadro de competição inexistente há 10 anos, quando Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará estavam anos luz atrás de nós. Por isso, a inovação, a qualidade e a integração do produto turístico baiano à economia, se constituem em necessidades e não apenas numa opção. No eixo da qualidade, estamos atuando nas vertentes da capacitação profissional e empresarial e dos novos serviços turísticos, visando alcançar um patamar mais elevado da taxa de permanência, do gasto médio e a satisfação do turista.
Se quisermos turistas que fiquem mais tempo e gastem mais, temos que começar pela atração de investimentos que correspondam a isso, com hotéis e pousadas mais sofisticados, marinas, campos de golfe. Nesse sentido, saímos de US$ 2,2 bilhões em 2006 para US$ 5,5 bilhões de investimentos turísticos, nos próximos oito anos. Em capacitação profissional e empresarial, estamos investindo em 2008 e 2009, R$ 12 milhões para formação e qualificação de mais de 15 mil pessoas, entre profissionais e empresários.
Aliás, qualificação e inovação são conceitos indissociáveis – não adianta termos novos produtos e serviços sem qualidade desta oferta. Novos produtos e novos serviços precisam corresponder ao aumento da qualidade. Por isso, criamos ou aperfeiçoamos nos últimos dois anos, produtos, segmentos e serviços como o Turismo Étnico, o Enoturismo, Espicha Verão, São João da Bahia, Turismo Náutico, Turismo de Golfe e Turismo Rural.
A idéia é oferecer novas opções de atrações e de roteiros, além de ampliar a interiorização das ações de turismo. O Disque Bahia Turismo, por exemplo, é um novo serviço que atende ao turista 24 horas em três línguas. O Espicha Verão ganhou o Top de Marketing da ADVB Nacional.
Outra coisa importante do atual momento do turismo dó Estado é a realização até 2013 do Grande Prêmio Bahia de Stock Car, um produto pronto e já com milhares de visitantes em potencial.
Com relação a Integração Econômica, encontramos, parques hoteleiros, que estavam e ainda estão completamente desligados da economia de suas regiões. Nessa área mais estrutural, infelizmente estamos caminhando mais devagar. Precisamos primeiro pesquisar e conhecer a cesta de consumo dos hotéis, restaurantes e serviços para formular projetos que integrem a produção associada ao turismo. Atrair empresas, cooperativas e profissionais.
Alguns passos já foram dados como a qualificação de 1245 jovens da zona rural para o turismo na Chapada Diamantina, no Sul do Estado e no entorno de Salvador. O importante, no entanto, é ver o turismo com uma política de Estado e não apenas de governos.




Um comentário:

Anônimo disse...

Espero que Leonelli possa dar continuidade ao seu trabalho em busca do TURISMO SUSTENTADO e que o nosso Governador Wagner o convoque pelo seu trabalho a frente da SETUR,pois se for pelo critério de resultados,como a mídia está falando,a SETUR apresentou excelentes resultados durante a sua gestão.