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sábado, 6 de novembro de 2010

Salvador e a Cidade da Música

A discussão sobre um grande espaço para megaeventos em Salvador, já se desenvolve há alguns anos. O ex-secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, já apresentou ao governador Wagner o anteprojeto da Cidade da Música, no espaço que hoje abriga o Parque de Exposições, o que, de certa forma, coincide com o que foi sugerido na Câmara dos Vereadores de Salvador. Com o custo estimado em 300 milhões de reais, a Cidade da Música poderia ser implantada em regime de parceria público privada.
O projeto prevê a implantação de uma grande arena para 70 mil pessoas, estacionamento subterrâneo para oito mil carros, casa de espetáculos para 15 mil pessoas, um anfiteatro para seis mil espectadores, centro de formação profissional para música, áreas específicas para as várias manifestações musicais da Bahia: samba, forró, música afro, axe, rock e reggae. O espaço deve contar com restaurantes, bares, centro de entretenimento, lojas especializadas em música e poderá, também, abrigar o Museu do Carnaval, explica.
“A proposta já foi entregue ao governador Jaques Wagner e representa uma dupla ampliação do potencial turístico da Bahia. Ao tempo em que insere a cidade de Salvador e o estado da Bahia no roteiro dos grandes shows internacionais e acrescenta, pelo menos mais um dia, a presença dos turistas na Bahia”, explica Leonelli. A Cidade da Música implica também na criação de um novo polo turístico para o estado: A cidade de Feira de Santana como sede principal do agroturismo, do show business ligado a rodeios, vaquejadas e exposições festivas.
Segundo o ex-secretário, com a Cidade da Música e o Parque de Exposições da Bahia ampliado, em Feira de Santana, a Bahia receberia dois importantes incrementos estruturais para o turismo, consolidando sua condição de campeã da preferência nacional dos turistas e diminuindo a distância entre o terceiro e o segundo lugar, em relação ao Rio de Janeiro, na recepção de turistas nacionais e estrangeiros.
Ainda de acordo com Leonelli, a implantação da Cidade da Música na área de 280 mil m² na avenida Paralela, parece ser a melhor alternativa urbanística para a cidade de Salvador, que sempre teve na música o seu principal elo na cadeia da economia da cultura. Neste espaço dedicado a grande vocação artística da cidade poderão ser implantados, também, hotéis, escola técnica, uma grande tenda multiuso para eventos de dimensão superior as suportadas pelo Centro de Convenções e há ainda a sugestão de um teleférico que saia do atual Parque de Exposições e vá até a Lagoa do Abaeté, descobrindo aos olhos dos visitantes e dos baianos a beleza das dunas.
“Os nossos blocos de Carnaval, os nossos grupos de samba e de forró poderão acrescentar nas suas atividades cotidianas a produção de souvenirs e instrumentos musicais à venda para turistas e baianos. No prédio destinado a escola técnica, estúdios de ensaio e gravação, cursos de qualificação profissional para iluminação, sonorização, cenografia e produção, oficina de lutheria”, explica.

História do projeto
O ex-secretário Domingos Leonelli conta que, logo no início do mandato, foi procurado por empresários do núcleo de música do cluster de entretenimento da Bahia com a ideia de uma implantação de uma casa de espetáculo no Parque de Exposições. Mesmo considerando boa a ideia, Leonelli ponderou que esta era uma solução limitada e que atendia apenas ao interesse de um ou dois grupos empresariais. Sugeriu então, a este mesmo grupo, a ideia da Cidade da Música, ocupando todo o espaço do atual Parque de Exposições e transferindo este parque para Feira de Santana. Seu principal argumento era que dos 32 eventos realizados por ano no Parque de Exposições, 29 eram eventos musicais e apenas três eram eventos agropecuários, que poderiam ser mantidos ou transferidos para Feira de Santana.
A proposta do anteprojeto foi solicitado ao arquiteto Renato Bittencourt, da Mundo Design, que o desenvolveu gratuitamente a pedido de Leonelli (vide resumo executivo e prancha). Caso seja realizado através de uma PPP, o Estado entraria com o terreno e os acessos viários (dois viadutos) e a iniciativa privada se encarregaria da implantação das estrutras físicas, tanto aquelas que serão exploradas empresarialmente como aquelas que teriam utilização pública.
Finalmente, a Cidade da Música e o Parque de Exposições, ampliado em Feira de Santana, proporcionariam a Salvador e ao seu entorno importantíssimos equipamentos turísticos, culturais e de entretenimento. “Eles serão decisivos para uma maior presença da Bahia na Copa 2014 e nas Olimpíadas de 2016, como todos sabem, esses eventos tem no turismo e no entretenimento peso semelhante ao seu conteúdo esportivo”, ressalta. O ex-secretário de Turismo da Bahia informa, ainda, que recebeu de dirigentes do BID manifestação de interesse para o financiamento público ou privado do empreendimento. “Tenho certeza que esse será um dos projetos mais importantes a serem implantados no segundo governo Wagner”, conclui Leonelli.

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